No inicio da pandemia, em Abril de 2020, foi liberada a prática de telemedicina, em caráter de exceção, devido à necessidade do isolamento social. Tanto os pacientes com casos leves de COVID, como qualquer pessoa que precisasse procurar o médico por qualquer motivo, passou a ter a opção do atendimento remoto.

Como funciona essa prática?

O paciente, em sua casa, entra em uma reunião online e ao vivo com o profissional de saúde, a consulta se desenrola e, no final, os documentos necessários são enviados via internet com assinatura digital. O paciente recebe, então, receita médica, atestado, relatórios por mensagem ou e-mail e segue as orientações dadas.

Existem regras que devem ser seguidas. Como o preenchimento de um termo de consentimento livre e informado por parte do paciente que afirma estar ciente de que a consulta a distância não permite exame físico e que pode ser que seja necessária uma consulta presencial, além do profissional ser responsável pela privacidade dos dados e do conteúdo dessas conversas online. Por isso, é interessante que o médico use aplicativos e sites especializados para evitar problemas com vazamento de dados.

Um prontuário médico, no caso dos profissionais de medicina, deve ser preenchido.

É possível realizar consultas de ginecologia, obstetrícia e sexualidade por telemedicina?

O que não é possível realizar na consulta por vídeo é o exame físico, então questões médicas nas quais a realização do exame físico, ginecológico é essencial, não podem ser resolvidas por telemedicina.

  • Na ginecologia posso citar como exemplos: avaliação de lesões genitais, de corrimentos, de alterações como nódulos nas mamas, coleta de papanicolau etc.
  • Na obstetrícia: avaliação do conteúdo vaginal, avaliação de dilatação (se a gestante estiver com dor).
  • Na sexualidade: avaliação de dor na relação sexual, avaliação da anatomia nos órgãos genitais da mulher.

Porém tudo que envolve rotina, conversa, educação em saúde, planejamento, acompanhamento de pré natal, acompanhamento de doenças de base, tratamento de distúrbios sexuais que não possuem alterações anatômicas, orientação de anticoncepcionais, orientações quanto a estudo do ciclo menstrual, aconselhamento genético em Medicina Fetal pode sim ser realizado do conforto da sua casa!

É claro que o tête-a-tête do consultório é muito mais pessoal do que a câmera do computador, mas a telemedicina tem como outra grande vantagem permitir o atendimento de pessoas que moram em localizações diferentes. Sabe aquele médico que você sempre quis passar, mas mora em outro estado? Então! A orientação dele está agora a sua disposição via vídeo!!

Como tudo na vida, tem benefícios e malefícios, mas eu acredito que, no geral, se usada de forma correta, a telemedicina é uma ferramenta muito útil para expandir o alcance dos médicos, permitir acesso a profissionais que os pacientes não tinham até então, e permitir uma maior segurança em tempos de pandemia.

Dra Amanda Loretti estudou medicina na Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, e foi nessa mesma instituição que realizou suas residências médicas em Obstetrícia, Ginecologia e Medicina Fetal. Depois de formada ainda realizou especialização em Ginecologia Endócrina e hoje em dia atua principalmente em obstetrícia humanizada, ginecologia e sexualidade. Atende presencialmente em seu consultório em São Paulo, ou via telemedicina. 

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