Em 2023 chegou no Brasil uma nova vacina contra o HPV para a prevenção de câncer de colo do útero. Essa vacina é mais abrangente que a vacina quadrivalente, que temos também disponível, inclusive no calendário de vacinação do SUS.
A infecção pelo HPV é a mais comum infecção sexualmente transmissível, sendo que cerca de 90-95% das pessoas que tiverem contato sexual, vão entrar em contato com esse vírus.
Das pessoas que tiverem contato com o HPV, algumas vão desenvolver infecções pelo vírus e, dessas, algumas vão desenvolver lesões. Essas lesões podem ser precursoras de câncer e devem ser tratadas de acordo com a situação em que aparecerem.
O HPV é relacionado com câncer de colo de útero em mulheres e prevenir sua disseminação diminui o número de mulheres acometidas por essa doença, assim como o número de mortes. Outros cânceres que estão associados à infecção pelo HPV são câncer de garganta, boca, pênis, ânus, vagina e vulva.
A melhor forma de prevenção das doenças relacionadas ao HPV é a prevenção da infecção pelo vírus através do uso de preservativo (que diminui mas não impede esse contato, já que ele pode ser transmitido apenas pelo toque da área infectada) e da vacinação contra o HPV.
Até 2023 tínhamos no Brasil apenas as vacinas bivalente (que protege contra dois subtipos – 16 e 18) e a quadrivalente, que protege contra 4 subtipos de HPV (6, 11, 16 e 18).
Os subtipos 16 e 18 são os mais comuns na população que estão relacionados com o câncer de colo do útero. São os mais carcinogênicos (alto risco). Os subtipos 6 e 11 são responsáveis por até 90% dos casos de condilomas (verrugas genitais). Condilomas são outro tipo de lesão pelo HPV que, apesar de não ser cancerígena, pode ser de difícil controle e necessitar de cirurgias a depender da gravidade.
A vacina quadrivalente está no calendário de vacinação do SUS e deve ser dada a todas as crianças, meninos e meninas, dos 9 aos 14 anos. Após essa idade, pessoas, homens e mulheres, que não foram vacinados podem se vacinar através de vacinação particular, até os 45 anos de idade.
O ideal é que a vacinação seja realizada antes de qualquer contato sexual, porém pessoas que já tiveram experiências sexuais também devem se vacinar! A vacinação vai proteger contra os subtipos contidos na vacina além de estimular a imunidade da pessoa contra o HPV no geral.
Chegou no Brasil uma nova vacina contra HPV que protege contra 9 subtipos do vírus: os 4 que já estavam na quadrivalente: 6, 11, 16 e 18, além de outros: 31, 33, 45, 52 e 58. Esses subtipos adicionais são oncogênicos e estão relacionados com os cânceres causados por HPV. Essa vacina existe há muitos anos em outros países tendo sido aprovada pelo FDA dos Estados Unidos em 2014.
Dúvidas comuns quanto a nova vacina nonavalente contra o HPV
Quem pode se vacinar com a nova vacina?
Pessoas de 9 a 45 anos mesmo aquelas que já se vacinaram contra a quadrivalente.
Qual é o esquema de doses?
Para crianças e adolescentes de 9-14 anos devem ser administradas duas doses.
Para maiores de 14 anos até 45 anos devem ser administradas 3 doses.
Ela está sendo disponibilizada no SUS?
Não. O SUS mantém a vacinação apenas com a quadrivalente para pessoas de 9-14 anos apenas. Após isso, o SUS vacina pessoas com algumas doenças imunológicas.
Onde eu encontro a Gardasil 9?
Em clínicas particulares de vacinação.
Quanto custa?
Varia de clínica para clínica mas é bem caro, cerca de 800-1000 reais a dose (atualmente, em 2023).
Se eu já tenho HPV eu devo tomar?
Sim! A vacina pode aumentar suas chances de cura da infecção (aumentar suas chances do seu próprio sistema imunológico se livrar do vírus que você já tem), além de te proteger contra os subtipos presentes na vacina que você não pegou ainda.
Se eu já tenho uma vacinação completa pela quadrivalente como fica o esquema de doses?
Igual, não muda.
Quem não pode tomar / contraindicação?
Quem já teve alergia a vacina ou tem alergia a qualquer componente da vacina.
Eu posso pegar HPV pela vacina?
Não!
Esquema Vacinal
Se quiserem saber mais detalhes sobre a nova vacina contra o HPV, assistam o vídeo abaixo no meu canal do YouTube sobre o tema.
Se quiserem se aprofundar no tema do HPV, existem outros vídeos no meu canal sobre como prevenir, condilomas, testes genéticos para o HPV. Saiba mais.
Dra Amanda Loretti estudou medicina na Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, e foi nessa mesma instituição que realizou suas residências médicas em Obstetrícia, Ginecologia e Medicina Fetal. Depois de formada ainda realizou especialização em Ginecologia Endócrina e hoje em dia atua principalmente em obstetrícia humanizada, ginecologia e sexualidade. Atende presencialmente em seu consultório em São Paulo, ou via telemedicina.